Mercado de Trabalho no Brasil no Pós-Pandemia

Fernando Veloso, Fernando de Holanda Barbosa Filho, Paulo Peruchetti e Janaína Feijó

A eclosão da pandemia de Covid-19 gerou uma série de efeitos adversos sobre o mercado de trabalho brasileiro, em especial sobre o emprego. Em particular, no ano de 2020, fase mais crítica da pandemia, os dados da Pnad Contínua disponibilizados pelo IBGE mostraram que houve uma forte queda na população ocupada, em especial dentre os informais, de baixa escolaridade e com menor proteção social. Ao longo de 2021, passada a fase mais aguda da pandemia, os sinais de recuperação do mercado de trabalho brasileiro começaram a aparecer, tendo a população ocupada informal se recuperado com mais força que a população ocupada formal.

Este processo de melhora do mercado de trabalho se manteve ao longo de 2022, porém com uma dinâmica qualitativamente diferente. Em particular, um fato interessante, que será explorado em mais detalhes ao longo deste artigo, é que desde 2022 tem havido uma maior contribuição do emprego formal para a dinâmica agregada do emprego.

Este fato é corroborado pela melhora no saldo do emprego formal, obtido a partir dos dados do Novo Caged, disponibilizados pelo Ministério do Trabalho, e cujos resultados também iremos explorar a fim de complementar a análise do mercado de trabalho formal.

Por fim, discutiremos a dinâmica de recuperação do rendimento do trabalho no período pós-pandemia. Em particular, os dados mostram que após a forte queda observada ao longo de 2021, o rendimento real começou a apresentar sinais de recuperação de forma gradual, alcançando em 2023 o patamar observado antes da crise sanitária. Neste sentido, a partir de um exercício de decomposição de variação da renda, faremos simulações contrafactuais para quantificar a parcela do aumento observado na renda que decorreu de uma melhora da composição educacional da população ocupada e quanto pode ser explicado por um aumento do nível de renda dos trabalhadores dentro de cada grupo educacional.

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