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Relatórios/Notas Técnicas 09 out 2025
Transições educacionais e etárias e seus reflexos no mercado de trabalho brasileiro
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Postado por Equipe FGV IBRE
Fernando de Holanda Barbosa Filho, Paulo Peruchetti, Janaína Feijó e Daniel Duque
A taxa de desemprego é um dos principais indicadores para compreender a dinâmica do mercado de trabalho, pois reflete não apenas o grau de inserção da população na economia, mas também a saúde geral da atividade produtiva do país. Ao acompanhar sua evolução ao longo do tempo, é possível identificar períodos de expansão ou retração econômica, além de avaliar os efeitos de políticas públicas, crises e mudanças estruturais sobre a empregabilidade.
Nos últimos anos a taxa de desemprego tem caído de forma consistente no Brasil. Diversos fatores podem ter contribuído para essa redução. Umas das hipóteses para explicar esse movimento está associada a reforma trabalhista, que, segundo estimativas de Ottoni & Barreira (2021), pode ter reduzido a taxa de desemprego entre 1,2 e 3,5 pontos percentuais. Além disso, Corbi et. al. (2022) evidenciam que a diminuição dos incentivos para a judicialização após a reforma de 2017 levou a uma queda expressiva no número de processos na Justiça do Trabalho nos dois anos após a aprovação. Suas estimativas indicam uma queda de 1,7 ponto percentual na taxa de desemprego.
A elevação dos valores pagos pelo Programa Bolsa Família constitui outro fator potencial de redução da taxa de desemprego, em razão ao suposto estímulo a saída do mercado de trabalho que o programa teria provocado. Além destes fatores, é relevante considerar também os impactos da melhoria educacional e da transição demográfica.


