Evolução recente da produtividade e a atuação dos Bancos Centrais

Blog do IBRE – Embora a produtividade seja tipicamente associada ao desempenho das economias no médio e longo prazo, o tema passou a fazer parte da agenda dos bancos centrais em vários países, principalmente após os choques da pandemia.

Na última coluna, analisei em que medida o crescimento da produtividade no Brasil em 2023 foi temporário ou permanente. A resposta tem implicações importantes para a condução da política monetária, já que aumentos salariais superiores ao crescimento da produtividade podem resultar em pressões inflacionárias e, consequentemente, reduzir o ritmo ou mesmo a extensão da redução da taxa de juros nos próximos meses.

Minha avaliação foi que o processo de formalização dos postos de trabalho nos últimos anos aponta para a possibilidade de uma elevação duradoura da produtividade. Por outro lado, o fato de que os ganhos de produtividade foram concentrados na agropecuária sugere que pelo menos parte do aumento no ano passado pode ter sido temporário.

A última ata do Copom abordou este tema em mais detalhe que o habitual, examinando não somente o aumento da produtividade agregada, mas sua composição setorial. O texto ressalta o descompasso entre ganhos de produtividade concentrados na agropecuária e aumentos disseminados dos rendimentos reais, em particular no seguinte trecho:

“Alguns membros observaram que a recuperação da produtividade observada em 2023 ocorreu primordialmente no setor agropecuário, enquanto rendimentos se mostraram pressionados de maneira disseminada, sugerindo que os rendimentos pressionados não devem ser explicados majoritariamente por ganhos de produtividade, mas por um fechamento do hiato do produto.”

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