Trabalho Remoto no Brasil
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Postado por Fernando Veloso, Paulo Peruchetti, Fernando de Holanda Barbosa Filho
Com a emergência da pandemia da COVID-19, diversas medidas de distanciamento social foram adotadas. Algumas destas medidas englobavam lockdowns que possibilitavam o trabalho somente em atividades que pudessem ser realizadas de forma remota. Desta forma, os trabalhadores foram afetados de forma distinta dependendo de sua ocupação.
Com o objetivo de melhor compreender o conjunto de trabalhadores que poderiam continuar a trabalhar de casa e a extensão que o trabalho remoto pode assumir, diversos estudos foram realizados para calcular a parcela de trabalhadores que podem trabalhar em casa em diferentes países.
O estudo pioneiro de Dingel e Neiman (2020) utiliza as descrições das ocupações com base na Occupational Information Network (O*NET) para estimar em que grau as ocupações nos Estados Unidos poderiam ser feitas de forma remota. Os resultados apontam que o potencial de trabalho remoto nos EUA corresponderia a 37% da mão de obra. Adicionalmente, os autores expandem as estimativas para diversos países desenvolvidos, encontrando números elevados de potencial de teletrabalho. A metodologia de Dingel e Neiman (2020) foi aplicada posteriormente em estudos para diversos países. Boeri et al. (2020) encontram um potencial de teletrabalho de 24% para a Itália, 28% para a França, 29% para a Alemanha, 25% para a Espanha e 31% para Suécia e Reino Unido.