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Relatórios/Notas Técnicas 27 dez 2021
Com queda na margem, produtividade do trabalho se aproxima do nível anterior à pandemia
Os eventos associados à pandemia da Covid-19 tiveram impactos negativos sobre a atividade econômica e o mercado de trabalho e elevaram de forma extraordinária o nível de incerteza em relação à dinâmica dos indicadores de produtividade, especialmente no Brasil.
Nas últimas semanas foram divulgados dados de produtividade do trabalho para economias avançadas, como os Estados Unidos e Reino Unido. Os dados têm apontado para uma grande discrepância entre os indicadores de produtividade. Em particular, nos Estados Unidos foi verificado um recuo da produtividade agregada e uma elevação da produtividade do setor manufatureiro no terceiro trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020. Já no Reino Unido houve elevação do indicador que considera como medida do fator trabalho o número de pessoas ocupadas e queda na métrica que considera as horas trabalhadas.
Essa heterogeneidade nos resultados da produtividade do trabalho sugere a necessidade de uma análise abrangente das medidas de produtividade calculadas para o Brasil durante este período de pandemia. Como a informação de valor adicionado é a mesma em todas as medidas, as diferenças entre os indicadores de produtividade são provenientes das discrepâncias observadas nas medidas do fator trabalho.
Desde 2019, o Observatório da Produtividade Regis Bonelli do FGV IBRE tem divulgado estatísticas de produtividade por pessoal ocupado e por hora trabalhada. Esta última medida considera duas informações sobre o total de horas trabalhadas. A primeira são as horas habitualmente trabalhadas em todas as ocupações, obtidas da PNAD Contínua, que têm como referência uma semana em que não haja situações excepcionais que alterem a duração rotineira do trabalho, ou seja, uma semana típica de trabalho.