Economia criativa e inovação impulsionam PIB carioca

Por Solange Monteiro, do Rio de Janeiro

Evento da série Reflexões Urbanas promovido nesta quarta-feira (30/10) pela FGV Conhecimento destacou como iniciativas relacionadas à economia criativa e à inovação têm impulsionado o desenvolvimento econômico da cidade do Rio de Janeiro. De acordo a Marcel Balassiano, subsecretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação da Prefeitura do Rio, essas duas frentes contribuíram significativamente para a recuperação do emprego e da renda na capital fluminense. “Entre 2021 e 2024, o município registrou um aumento de 520 mil pessoas entre a população ocupada, sendo 300 mil empregos formais, elevando o número de ocupados a 3,4 milhões – maior da história da cidade”, afirmou no evento, destacando setores em que a cidade registrou um crescimento significativo nos últimos anos. “A indústria audiovisual, por exemplo, é a 10º maior atividade econômica carioca, e representa 14,1% dos trabalhadores desse segmento no Brasil.”

Passadas as restrições impostas pela pandemia, a indústria audiovisual carioca cresceu 56% nos últimos três anos, e a arrecadação de impostos com essa atividade registrou expansão de 67% - o que a coloca como o 14º maior pagador de impostos do Rio, com uma arrecadação de R$ 200 milhões entre 2021-24. Entre os instrumentos de apoio ao setor promovidos pela prefeitura está um mecanismo de cash rebate que envolveu investimentos de R$ 22,8 milhões, atraindo R$ 83,7 milhões adicionais de acordo à Prefeitura.

Em conversa para o Blog, Balassiano destacou outras frentes em que se busca explorar as potencialidades do Rio na Indústria Criativa – “cuja participação carioca no PIB já é a maior do Brasil, com 4,6%”. Entre elas, a da moda, com o estabelecimento, em julho de 2023, do Conselho Municipal da Moda, visando orientar ações para o setor. “Estamos falando de um setor que emprega 90,6 mil trabalhadores e representa 12% da indústria do Rio. Um dos objetivos é retomar grandes eventos de moda na cidade.”

A promoção de grandes eventos tem sido um dos motes com os quais a Prefeitura tem buscado ampliar negócios e turismo nas frentes de interesse. Balassiano cita a promoção do Web Summit, cujo contrato prevê a promoção de seis edições na cidade, o que garante a agenda até 2028. “Estimamos que as três edições já realizadas movimentaram R$ 1,5 bilhão”, diz. Balassiano indica que essa estratégia lança mão da projeção internacional que as celebrações já tradicionais da cidade, como Carnaval e Réveillon, garantem ao Rio. “Nesse caso, o campo de ação supera o da economia criativa, como é o caso da reunião do G-20 este ano. Outro destaque programado vem do campo esportivo, com a Copa do Mundo Fifa de futebol feminino, que em 2027 acontecerá no Brasil com abertura e encerramento no Rio de Janeiro”, enumera.

A outra frente de ação estratégica ressaltada pelo subsecretário é a de tornar o município referência em inovação. “É um projeto que perpassa todas as secretarias”, afirma, e que inclui o desenvolvimento do capital humano local. “Na área educacional, por exemplo, isso se reflete na expansão dos GETs, que são os Ginásios Experimentais Tecnológicos”, diz, que contam com laboratórios equipados e um método de ensino que incentivam os alunos a um aprendizado “mão na massa”, unindo matérias como ciência, tecnologia, matemática e artes. Outro destaque nessa área é o hub de inovação em desenvolvimento na região portuária – o Porto Maravalley –, projeto que já inclui o Impa Tech, com um bacharelado em Matemática da Tecnologia e Inovação, e onde no final de outubro foi inaugurado o Innovation Grid, polo da Eletrobras dedicado à busca de soluções inovadoras para problemas da sociedade. A estimativa é que até o final do ano mais de 200 pessoas estejam instaladas trabalhando no galpão que abriga o hub, para cerca de 29 empresas.

 


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