Barômetros Globais em alta, em meio a notícias sobre de juros, estímulos na China e conflito no Oriente Médio
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Postado por Conjuntura Econômica
Por Solange Monteiro, do Rio de Janeiro
Os Barômetros Econômicos Globais, produzidos pelo FGV IBRE em parceria com o Instituto Econômico suíço KOF, apontam a uma recuperação da queda observada no mês anterior. Tanto o Barômetro Coincidente quanto o Barômetro Antecedente registraram alta – respectivamente, de 2,1 pontos e 1,9 ponto. No caso do Barômetro Coincidente, entretanto, permanece com resultado abaixo do padrão histórico, marcando 93,8 pontos, enquanto o Antecedente, com 102,5 pontos, se mantém em região otimista – lembrando que 100 pontos é o nível neutro do indicador.
Os resultados que mais influenciaram o desempenho de outubro chegaram da região Ásia, Pacífico e África, com alta de 2,2 pontos no indicador coincidente e de 1,7 ponto no antecedente. Eles chegam depois de a China – principal economia desse grupo de países – anunciar uma série de medidas de cunho monetário e fiscal para conter a desaceleração do PIB, focando o setor imobiliário e o consumo interno (leia mais aqui).
Barômetros Globais
Fonte: FGV IBRE.
Em linhas gerais, Aloisio Campelo Jr, superintendente de Estatísticas Públicas, ressalta que as variações observadas nos Barômetros desde abril refletem “um crescimento moderado da economia mundial”, com desempenhos heterogêneos. Ele destaca o início da flexibilização da política monetária nos EUA, com o corte de 50 pontos-base anunciado pelo FED em setembro, uma esperada aceleração da economia europeia para os próximos meses e, ainda, as implicações que uma possível expansão do conflito no Oriente Médio pode trazer para a inflação no mundo, em meio ao processo de convergência das taxas de juros a níveis mais próximos do observados antes da pandemia.
Na decomposição por setor de atividade, os indicadores antecedentes apontam um cenário mais complexo para a indústria da construção, que acumula queda de 16,1 pontos no acumulado de 12 meses até outubro. O resultado na margem, entretanto sinaliza recuperação, com uma alta de 10 pontos em relação a setembro. Os serviços registram queda de 4,8% no acumulado de 12 meses, e comércio, -4,3%. Dos quatro segmentos, apenas a indústria acumula saldo positivo nessa comparação, com 6,9 pontos.
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