Edição de setembro de 2022

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Nota do Editor

Economia ganha fôlego

O PIB cresceu 1,2% no segundo trimestre, acima das previsões de mercado. Com isso, o semestre fecha com uma expansão de 2,5%, segundo mostra o IBGE. O esgotamento da pandemia e as medidas do governo, como o maior valor para o Auxílio Brasil, antecipação do 13º salário para pensionistas e aposentados do INSS, Auxílio Gás, e auxílio para taxistas e caminhoneiros, além de quedas nos preços dos combustíveis, turbinaram os resultados. As previsões de que teríamos um crescimento pífio este ano, não estão se concretizando. A expansão do PIB deve ser a melhor desde 2014. Mas os desafios para 2023 projetam um baixo crescimento se, uma vez mais, as projeções não estiverem erradas.

No Ponto de Vista desta edição, Samuel Pessôa, pesquisador associado do FGV IBRE, está convencido de que a economia se recuperou da fase pré-pandemia. Os dados divulgados pelo IBGE na semana passada, com a economia crescendo 1,2% no segundo trimestre, depois de avançar 1,1% no primeiro, reforçam a avaliação de Pessôa.

Para ele, o sinal mais claro de que se completou a recuperação é o dado dos Outros Serviços, o segmento mais afetado pela crise e de recuperação mais lenta, que responde por aproximadamente 15% da economia, mas por 34% do emprego. No segundo trimestre deste ano, o segmento apresentou forte recuperação, rodando 4,4% acima do quarto trimestre de 2019, 3,3% acima do primeiro trimestre de 2022 e 13,6% acima do segundo trimestre de 2021.

Quem se sentar na cadeira presidencial a partir de janeiro do ano que vem vai herdar uma economia melhor, com queda do desemprego, mas uma inflação bem acima da meta. Mas o quadro fiscal é bastante incerto, com forte aumento das despesas contratadas este ano, como mostra a Carta do IBRE, sinalizando para grandes riscos fiscais em 2023. O cobertor estará mais curto para gastos, se quem assumir tiver compromisso com a saúde fiscal do país. Caso contrário, iremos mergulhar, uma vez mais, em um cenário de turbulências, fuga de investimentos e crescimento pífio.

 

Claudio Conceição

 


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