Edição de maio de 2023

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Nota do Editor

Há espaço para queda de juros?

Apesar do anúncio do novo arcabouço fiscal, que ainda deve ser avaliado pelo Congresso, o que deve ocorrer somente a partir do dia 15 deste mês, conforme as previsões, e do aumento da pressão de membros do governo para que o Banco Central reduza a taxa de juros, o BC manteve, em sua reunião este mês, a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. Isso não agradou o presidente Lula, que voltou a criticar a política de juros que vem sendo adotada. Mas há espaço para a queda dos juros no Brasil?

Em sua coluna Ponto de Vista, que circula nesta edição, Samuel Pessôa, pesquisador associado do FGV IBRE, traça interessante análise sobre a trajetória da inflação brasileira e a similaridade entre as economias brasileira e americana, ao afirmar que “é mais comum do que se imagina que a trajetória das economias brasileira e americana apresentem dinâmicas sincrônicas... estando em um momento muito próximo do ciclo econômico”. Com a inflação, o quadro é semelhante, com os indicadores apontando forte resistência nos preços e, consequentemente, no núcleo da inflação, que teima em não ceder. Tanto aqui como lá.

Nos Estados Unidos, o Fed, o Banco Central de lá, aumentou a semana passada em 0,25 ponto a taxa de juros, já que os dados mostram uma resiliência inflacionária, com sinais de persistência inflacionária americana em torno de 5%. Com isso, a taxa de juros norte-americana oscila entre 5% a 5,25%. É a décima alta seguida dos juros.

Taxa de juros (%): Brasil e EUA

Fonte: Bacen e FRED (Federal Reserve Bank of St. Louis).

Seguindo o Fed, o Banco Central Europeu também aumentou em 0,25 a taxa de juros. Alguns diretores do banco defendiam uma alta maior, de 0,50 ponto, o que sinaliza que um arrefecimento da política monetária na Zona do Euro ainda está longe de acontecer.

Por aqui, só resta esperar a próxima reunião do BC, que ocorrerá daqui 45 dias, e como irá se comportar a economia, para sabermos se terá início o processo de redução da inflação. Pressão para isso é que não falta.

 

Claudio Conceição

 


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