Edição de janeiro de 2022

Nota do Editor

Com o objetivo de atender às demandas da sociedade para uma mais correta e detalhada mensuração e compreensão da inflação e da variação de preços em geral, em inúmeros setores e aspectos, o FGV IBRE lançou o índice de variação de aluguéis residenciais (IVAR), que se soma à série de indicadores produzidos pelo IBRE. O novo indicador tem como base os preços dos aluguéis efetivamente praticados, já que são captados diretamente dos contratos de aluguel firmados entre locador e locatário.

Acompanhar adequadamente a evolução dos preços dos aluguéis residenciais no Brasil sempre foi um grande desafio, já que os valores anunciados nas ofertas de locação de imóveis, por anúncios em jornais ou divulgados em sites das imobiliárias, normalmente não refletem os preços praticados. É comum haver negociações que levam a uma queda no preço originalmente pedido, o que não é computado nos valores que vão modelar a inflação de aluguéis.

Paulo Picchetti, pesquisador do FGV IBRE, que liderou os esforços para a criação do IVAR, comenta na Carta do IBRE que está circulando na revista Conjuntura Econômica, que “não se trata de mais um índice baseado na oferta de preços de aluguel, mas sim efetivamente de um índice dos preços praticados no mercado em contratos de aluguel”.

A Carta ressalta que “ao lançar um produto como o IVAR, a intenção do FGV IBRE não é a de torná-lo necessariamente o indexador dos contratos de aluguéis residenciais no Brasil, mas sim a de colaborar com a sociedade brasileira ao disponibilizá-lo para que seja utilizado quando e nas circunstâncias que os agentes econômicos julgarem apropriadas. Acreditamos que o IVAR tem potencial de se tornar um importante índice para os contratos de aluguel, mas é a própria sociedade que deve decidir se isso ocorrerá, e sob que condições. Nosso compromisso, como de hábito, é com a excelência técnica e a total transparência da metodologia do novo indicador, dos seus componentes e dos respectivos pesos”.

O novo indicador, no entanto, poderá ter impactos relevantes nas análises macroeconômicas, como chama a atenção Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro FGV IBRE, mencionada na Carta: “o fato de que a correta medição da evolução dos preços dos aluguéis, quando o IVAR calculado retroativamente é inserido nos índices de preços ao consumidor, indica que a inflação total efetiva nos últimos anos não foi exatamente a registrada nos índices oficiais”. Outros impactos poderão ser sentidos na questão fiscal e na política monetária, em função de uma análise mais correta da evolução dos preços no país.

 

Claudio Conceição

 


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