Edição de agosto de 2022

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Nota do Editor

Contrariando muitas previsões, o mercado de trabalho surpreendeu no primeiro semestre do ano, com a taxa de desemprego caindo para 9,3% no trimestre encerrado em junho, ante os 11,1% de dezembro do ano passado. Apesar dessa melhora, e ante as perspectivas de piora da economia neste segundo semestre e em 2023, há muitas dúvidas se essa redução da taxa de desemprego é sustentável, como sinaliza a Carta do IBRE desta edição.

“À medida que sobem as projeções de crescimento do PIB em 2022, recuam as relativas a 2023, que em alguns casos já entraram em território ligeiramente negativo. Se esses prognósticos estiverem corretos, o mercado de trabalho voltará a sofrer impactos negativos da atividade econômica entre o final deste ano e 2023”, diz a Carta.

Como mostra a matéria de capa, o aumento da pobreza e da fome no Brasil são alguns, dos muitos, obstáculos para que milhões de pessoas sejam incluídas no mercado de trabalho. A preocupação com a fome é uma das faces mais dramática da escalada da pobreza.

Se aliviá-la é primordial, eliminá-la depende de uma agenda que se revela ainda mais desafiadora. Desde o início da pandemia, como reportado pela Conjuntura Econômica em meados de 2020 e de 2021, especialistas se debruçam no desenho de políticas para reformar o sistema de proteção social brasileiro e comportar dentro do Orçamento da União uma demanda ampliada, sob um contexto complexo também para a reinserção no mundo do trabalho.

Como relata a editora Solange Monteiro, sem calibragem das políticas de proteção social e atenção à inclusão produtiva, parte do Brasil seguirá sem chances de prosperar.

Para Ricardo Paes de Barros, “muito do setor informal foi destruído pela pandemia, e a economia brasileira se modernizou nesse período”. Barros, especialista em estudos sobre desigualdade, pobreza e mercado de trabalho, coordenador da cátedra do Instituto Ayrton Senna no Insper, ressalta que “as estratégias de sobrevivência dos mais pobres foram destruídas, e muitas não serão reconstruídas”.

Esse será, sem dúvida, um dos principais desafios do próximo governo.

Claudio Conceição

 


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