Quais os efeitos do coronavírus sobre a produtividade?

Blog do IBRE – Como abordei em minha última coluna, a pandemia do coronavírus e as medidas adotadas para combatê-la podem ter importantes consequências de médio e longo prazo. Em particular, a produtividade da economia pode ser afetada de forma duradoura, com implicações para o crescimento do produto potencial.

Um artigo de Chad Syverson e Filippo di Mauro divulgado esta semana (“The COVID crisis and productivity growth”) analisa os diversos canais pelos quais a crise do coronavírus pode afetar a produtividade.

Como observam os autores, desde meados dos anos 2000 a economia global já vinha em trajetória de desaceleração do crescimento da produtividade, inicialmente de forma mais intensa nos países desenvolvidos, e depois atingindo também as economias emergentes.

A questão que se coloca é se a crise do coronavírus vai agravar essa tendência de desaceleração ou se, ao contrário, poderia haver uma reversão dessa trajetória de baixo dinamismo. A resposta a essa pergunta tem implicações importantes para projeções sobre o crescimento da economia mundial nos próximos anos.

O artigo enfatiza três mecanismos pelos quais a produtividade pode ser afetada. O primeiro é o crescimento da produtividade no nível da empresa, que depende da acumulação dos fatores de produção e da forma pela qual são combinados para gerar bens ou serviços.

Nesse aspecto, vários fatores relacionados à pandemia podem ter efeitos negativos sobre a produtividade. Dentre eles, vale destacar a disrupção das cadeias globais de valor, que propiciaram ganhos significativos de eficiência nas últimas décadas. As restrições à mobilidade de trabalhadores entre países, que já vinham aumentando antes da crise, podem ser intensificadas nos próximos anos, também atuando no sentido de limitar ganhos de produtividade.

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