Os efeitos da pandemia sobre a Produtividade no Brasil

Blog do IBRE – Um tema de grande relevância quando se analisam as consequências da pandemia da Covid-19 sobre a atividade econômica diz respeito aos seus efeitos sobre a produtividade.

Como já discuti neste espaço, a pandemia pode afetar a produtividade através de vários mecanismos. Um deles é o crescimento da produtividade no nível da empresa, que depende da acumulação dos fatores de produção e da forma pela qual são combinados para gerar bens ou serviços. Um segundo canal é por meio da realocação de fatores de produção entre firmas com diferentes níveis de produtividade dentro de cada setor. Finalmente, a realocação de fatores de produção entre setores pode produzir efeitos na produtividade agregada.

Embora os efeitos da pandemia sobre a produtividade sejam em grande parte negativos, não se pode descartar possíveis impactos positivos, como a disseminação das tecnologias de comunicação remota utilizadas durante o período de quarentena.

A medida mais utilizada é a produtividade do trabalho, que consiste no valor adicionado gerado por trabalhador ou por hora trabalhada. Desde o ano passado, o IBRE/FGV tem divulgado indicadores trimestrais de produtividade por hora trabalhada para os 12 principais setores e para a economia como um todo.

No primeiro trimestre de 2020, a produtividade agregada teve queda de 1% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Isso representa uma piora em relação ao desempenho observado no quarto trimestre de 2019 (-0,6%), e consolida o quadro de redução de produtividade observado desde o primeiro trimestre de 2019.

A análise setorial permite verificar que o processo de deterioração do desempenho da produtividade se espalhou por vários setores da economia. Em particular, a produtividade da indústria de transformação caiu cerca de 2,5% no primeiro trimestre de 2020, o que representa o terceiro trimestre consecutivo de queda. No setor de serviços, a produtividade por hora trabalhada teve redução de 1,4%, o que corresponde ao vigésimo quarto trimestre consecutivo de queda da produtividade por hora trabalhada.

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