Pandemia do Coronavírus fragiliza o mercado de trabalho brasileiro

Coautoria de Tiago Martins e Daniel Duque

Recentemente, publicamos neste mesmo espaço, um texto falando dos severos impactos da pandemia do coronavírus no mercado de trabalho brasileiro que tem elevado de forma extraordinária a incerteza na economia, gerando grandes distorções no país, em especial no mercado de trabalho. Faremos neste texto uma atualização destes impactos tomando como referência a recente divulgação dos dados da Pnad Contínua, por parte do IBGE, que agregada os principais indicadores de mercado de trabalho, permitindo assim, uma análise completa do atual momento do emprego no país. Estes dados divulgados mensalmente, no entanto, se referem sempre ao trimestre móvel, de modo que temos para cada mês a média de diversas variáveis no mês de referência e nos dois anteriores.

Diante do atual cenário de elevadas distorções causadas pelo avanço da pandemia do coronavírus, as informações de alta frequência são cada vez mais relevantes para que possamos entender os seus desdobramentos na economia brasileira. Em função disso, diversos pesquisadores tem estudado formas de mensalizar os indicadores da Pnad Contínua, de modo a terem informações mais precisas do atual momento do mercado de trabalho brasileiro, eliminando, assim, os efeitos da média móvel e obtendo fatos estilizados para cada um dos meses. Dentre estes trabalhos, podemos citar o artigo proposto por Hecksher (2020), pesquisador do IPEA, e o trabalho proposto no Box do Relatório de Inflação de junho de 2020, divulgado pelo Banco Central, que embora usem métodos diferentes, encontram resultados similares.

Os dados apresentados neste artigo mostram as principais causas que levaram ao esgotamento do mercado de trabalho desde o início da pandemia do coronavírus. Vimos que a queda foi generalizada, atingindo os principais setores da economia, em especial a indústria e o setor de serviços, bem como as ocupações informais, por meio de fortes reduções no emprego dos trabalhadores que trabalham sem carteira assinada e que trabalham por conta própria. Além disso, notamos uma aceleração na taxa de desemprego no mês de junho de 2020.

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