Edição de maio de 2021

Nota do Editor

Todos os dias, invariavelmente, os meios de comunicação sempre trazem notícias sobre a situação fiscal brasileira. Se num passado não muito distante o assunto não era encarado como uma questão crucial para a maioria da sociedade, hoje temos uma legião de pessoas que fala sobre o assunto. Até mesmo aquelas que não têm conhecimento mais profundo sobre esse espinhoso tema, se aventuram a tecer opiniões e análises sobre a debilidade das nossas contas públicas. Hoje, o déficit fiscal, o engessamento do orçamento, com mais de 90% das verbas já comprometidas – carimbadas no jargão mais popular –, o déficit primário, que é o resultado das contas do governo central, entre outros termos, tornaram-se quase corriqueiros para boa parte da sociedade.

Não é fácil reformar/arrumar as finanças públicas, dado o grande número de interesses envolvidos – qualquer mudança vai penalizar alguém –, e as carências da sociedade brasileira, extremamente desigual.

Este é o foco central da edição deste mês de Conjuntura Econômica, abordado em três frentes: na Carta do IBRE, na matéria de capa e na entrevista com Mansueto Almeida, ex-secretário do Tesouro e economista-chefe do BTG Pactual.

A Carta do IBRE se debruça sobre essa questão, levantando um ponto de grande importância, já que haveria uma dicotomia nesse senso de responsabilidade fiscal: “a seriedade com a política de arrecadação e de gastos do setor público se manifesta na esfera macroeconômica, mas não ainda na microeconômica”.

Para Mansueto, se o braço de ferro entre o ritmo da vacinação e a evolução da pandemia for vencido por esta última, a tensão sobre o manejo fiscal aumentará e afetará definitivamente a esperança de aceleração da economia no segundo semestre. Mas não é só. Ele também se preocupa com a capacidade do governo em dar mais previsibilidade para o ambiente econômico. “O governo tem uma forma de atuação que aumenta essa incerteza”, reconhece. 

E a editora Solange Monteiro traça os possíveis cenários da delicada situação fiscal que atravessamos, agravada com a pandemia, ouvindo vários especialistas no assunto.

#FiquemBem

Claudio Conceição

 


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