Edição de julho de 2019

Nota do Editor

Apesar das atuais previsões para o PIB de 2019 já terem caído para menos da metade das observadas no início do ano – e algumas, como a do Banco Central, sequer alcançarem um dígito –, o secretário Especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, é perseverante na mensagem de que após a aprovação da Previdência a curva de expectativas se reverterá para o terreno positivo e, no que restar do ano, as revisões da atividade serão para cima. Rodrigues ampara sua confiança na lista de reformas que o Ministério da Economia ainda está por lançar, cuja confecção atribui à dinâmica de trabalho no Ministério da Economia. “O arranjo que acomodou a fusão de ministérios trouxe horizontalidade no desenho da política econômica”, defende em entrevista à revista.

Embora todos queiram que o país saia dessa letargia econômica, a percepção de que, ao aprovar a reforma da Previdência ingressaríamos num novo ciclo de crescimento, com aumento da confiança e redução da incerteza, o que faria os investimentos retornarem, já não é vista como a única variável para que isso ocorra.

A lenta recuperação da economia brasileira após a profunda recessão de 2014-2016 exaspera a sociedade e o sistema político nacional. O PIB caminha para o terceiro ano consecutivo de crescimento em torno de 1% (pode ser abaixo disto em 2019), e 13 milhões de trabalhadores estão desempregados. A aprovação de uma reforma do sistema de aposentadoria e pensões com robusta economia fiscal é indubitavelmente um passo fundamental para garantir a volta do crescimento sustentado à economia brasileira. Contudo, apesar de necessária, a Nova Previdência não garante sequer uma melhora vistosa nos principais indicadores econômicos de curto prazo, segundo a visão dominante entre os pesquisadores do FGV IBRE, mostra a Carta do IBRE.

Se tirarmos uma foto da situação do país, hoje, veremos uma infinidade de problemas que emperram qualquer crescimento: produtividade baixa, infraestrutura deficiente, violência, saúde e educação sucateadas, estados quebrados, crise fiscal aguda, mais de 13 milhões de desempregados, investimentos despencando. A matéria de capa dessa edição traz um retrato sobre a difícil situação do país.

Claudio Conceição

 


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