Edição de fevereiro de 2019

Nota do Editor

Com a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara e de Davi Alcolumbre (DEM-AP) à presidência do Senado, está dada a partida para que comece a ser testada a agenda liberalizante da economia que a equipe econômica, comandada por Paulo Guedes, promete seguir. Se a eleição de Maia foi tranquila, inclusive com o apoio de vários partidos, a de Alcolumbre pode ter deixado fraturas importantes no Senado, especialmente no grupo do derrotado senador Renan Calheiros, podendo atrapalhar o avanço das reformas na velocidade necessária. Mas não deixa de ser uma vitória do governo Bolsonaro desbancar o MDB na liderança da Casa depois de mais de uma década no poder.

O maior teste será, sem dúvida, a Reforma da Previdência. Números apresentados na Carta do IBRE desta edição são assustadores em relação ao quadro previdenciário: nos últimos cinco anos, as projeções oficiais do déficit da Previdência do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o regime do setor privado, “pioraram em 16 anos”. Em outras palavras, o nível deficitário de 3% do PIB, que, pelas contas do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2015 só seria atingido em 2037, agora está previsto para ocorrer – pelo último PLDO, de 2019 – em 2021.

Quando do fechamento desta edição, ainda não estava claro como e quando o governo enviaria sua proposta de Reforma da Previdência. Se ela incluiria a sociedade como um todo – inclusive militares – ou se seria fatiada, como chegou a ser noticiado. Além da Carta do IBRE, dois articulistas da revista também tratam da Reforma da Previdência, mostrando a importância de implementá-la.

A matéria de capa detalha outro ponto nevrálgico para o crescimento: com um custo de financiamento do capital fora da curva quando comparado com outras economias, bem como uma baixa taxa de participação do crédito como percentual do PIB, o país tem desperdiçado um importante canal para dinamizar a economia e ganhar em produtividade.

. . .

Dia 24 de janeiro, o FGV IBRE perdeu Salomão Quadros, superintendente adjunto de Preços e coordenador de projetos na área de cálculos e análises econômicas. Foi um dos maiores especialistas na análise e produção de índices de preços do país. Deixa um legado enorme e uma legião de amigos.

Claudio Conceição

 


Clique aqui para ler a versão digital Conjuntura Econômica

Subir