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Edição de agosto de 2020
Nota do Editor
Após quase seis meses do primeiro caso de infecção pelo coronavírus no país, estamos chegando perto dos 100 mil mortos e mais de 2,6 milhões de contaminados. Números elevados que poderiam ser bem piores se não tivéssemos adotado medidas, ainda que de forma não coordenada, de confinamento social e podido contar com o SUS, fundamental para que não ocorresse uma explosão bem maior de mortes, como se observa nos Estados Unidos, por exemplo, ou o caos que se instalou no norte da Itália e no Equador, com o sistema de saúde desses países entrando em colapso.
Com a lenta retomada das atividades, com a abertura de algumas, a dúvida é por quanto tempo as curvas de novos casos e mortes se manterão nesses patamares elevados, o que tende a derrubar ainda mais a já combalida atividade econômica. O temor de contaminação tem levado boa parcela da população, com condições para isso, a manter o isolamento social, o que tem forte impacto sobre o setor de serviços, que responde por cerca de 70% do PIB brasileiro. Ou seja: ainda vai demorar um tempo, até que uma vacina ou remédio apareça, para que a vida tome um novo normal, diferente do que estávamos acostumados antes da pandemia desembarcar por aqui.
Outro ponto relevante é até quando o governo terá condições de manter o auxílio emergencial, dada a grave crise fiscal que o país atravessa, o que tende a impactar fortemente o consumo das famílias que vinha sendo o principal carro-chefe para o crescimento, ainda que acanhado, do PIB nos últimos anos. Já há negociações para que ele seja estendido até o final do ano, pois se tornou um importante elemento político para fortalecer o desejo do presidente Bolsonaro de se reeleger em 2022. Também é importante observar como ficará o mercado de trabalho, devastado pela pandemia, com o aumento da informalidade e a necessidade de melhoria na rede de proteção social que, no momento, o Estado não reúne condições para isso, como mostra a nossa matéria de capa desta edição.
#FiqueEmCasa
Claudio Conceição
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